Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária, bem linguaruda
desabusada,
sem preconceitos,
de casca grossa
de chinela
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
Enxerto da terrra,
meio casmurra,
trabalhadeira,
analfabeta,
de pé no chão
bem parideira,
bem criadeira,
seus doze filhos,
seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida,
minha irmãzinha....
tão desprezada,
tão murmurada...fingindo alegre seu triste fado.
Todas as vidas dentro de mim:
na minha vida
a vida mera das obscuras.
Parte final do Poema "Todas as Vidas" do livro Dos Becos de Goiás e Estórias Mais.
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